sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Pega bem um deputado processado por improbidade presidir uma CPI para investigar improbidade dos outros?

Veja a opinião do jornalista Políbio Braga na sua coluna do Jornal O SUL de hoje (18) a respeito do processo de improbidade administrativa que está respondendo a deputada Stela Farias, presidente da CPI:

“A deputada Stela Farias usou porta-vozes amigos ontem para alegar que o processo a que responde não a impede de presidir a CPI do PT.

Ao sofrer ação de improbidade, nada impede que Stela Farias integre a CPI, mas a impede de presidir a CPI. É um constrangimento moral e ético, portanto político. A comparação que faz com a situação do deputado Fernando Záchia é imprópria, porque Záchia não preside CPI alguma. Trata-se de um raciocínio falsamente esperto. O caso da deputada do PT é igualzinho ao caso do ex-deputado João Luiz Vargas, que, constrangido, teve a decência de pedir afastamento da presidência do TCE.

Presidente da CPI do PT receberá pacote com seu processo como presente

Na próxima reunião da CPI, a deputada Stela Farias, do PT, será homenageada em plena sessão com a entrega solene do pacote com as 1.893 páginas do processo a que responde no Foro de Alvorada. O processo é por improbidade administrativa. A presidente da CPI do PT aplicou R$ 3 milhões de dinheiro dos aposentados municipais no Banco Santos. O banco, bichado, antro de propinas, privado, quebrou quatro meses depois. O Tribunal de Justiça bloqueou os bens da deputada – carro, imóvel e conta bancária – para garantir uma possível devolução do dinheiro. Os deputados que formam a maioria da CPI poderão propor a substituição de Stela Farias, já que ela perdeu as condições políticas para o cargo. É que não fica bem um deputado processado por improbidade presidir uma CPI para investigar improbidade dos outros”.

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